Não é fácil ser gestor.
Eu tinha vinte e dois anos. Trabalhei em uma agência de publicidade digital, coordenando uma equipe inteira de Social Media. Na época, existia pouco materiais sobre as redes sociais e o impacto dela na sociedade. A maioria dos materiais sobre o assunto eram em outros idiomas e quase não tinha cursos sobre isso. Tive que aprender a me virar.
Além disso, resolvi encarar este desafio de coordenar uma equipe em que a maioria do time tinha mais ou menos a mesma idade que a minha, o que dificultava muito a maneira como me percebiam. Confiavam em mim para o cargo e tive que aprender a tornar-me um gestor na marra. E foi ótimo.
Existe um glamour em cima da posição de chefia. Parece fácil ocupar a mesa do gestor, mas aprender a cuidar de pessoas, delegar funções, cuidar de todos os processos e responsabilizar-se por tomadas de decisão é um compromisso muito grande.
Felizmente, apesar da minha pouca idade, eu tentava equilibrar entre não ser aquele chefe mala e ao mesmo tempo, saber cobrar equipe quando era necessário. Depois de anos, estando tanto de um lado como do outro, aprendi que alguns tipos de gestores podem ser bem melhores que a maioria.
Abandone essa ideia de ser um chefe perfeito
Nem todos os gestores conseguem dedicar-se em ter uma mente atenta a todos os detalhes. No dia-dia, é corrido demais para tentar ser o super chefe.
A começar que poucos conseguem manter um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A maioria não sabe bem como promover o bem-estar no ambiente e alcançar resultados relevantes.
Na realidade, grande parte dos diretores, gerentes e supervisores não estão presentes, não possuem sabedoria para lidar com situações de risco e esquecem-se de manter a mente visionária no dia-dia.
Estão despreparados para dar feedbacks para sua equipe, não estão abertos a serem ensináveis, não assumem suas responsabilidades diante de um dano, não preocupam-se com a qualidade em detrimento da quantidade, não olham para o desenvolvimento pessoal dos funcionários, perdem o foco nos objetivos comuns, tem dificuldade em manter-se com a mente inspiradora, menosprezam a inteligência emocional dos colaboradores e não sabem ser hábeis em comunicar suas ideias com clareza.
Aposto que, se você já é gestor, deve ter lido muitos livros sobre este assunto, ter participado de um monte de congressos com grandes nomes do ramo ou talvez tenha frequentado um curso regular de liderança. Falar sobre liderança em um mundo de negócios, desafios, metas, egos, inseguranças requer sabermos que existem muitos tipos de líderes.
Se você identificou-se em alguma dessas ideais, ou conhece alguém que vive isso, quero trazer algumas ideias de como ser um gestor bem melhor que a maioria por aí.
Tente não ser autoritário
Gestores centralizadores normalmente não estão preocupados em como podem melhorar a vida das pessoas que convivem, mas sim em realizar atitudes pensando somente em seus objetivos.
Embora pareça que não exista mais esse tipo de profissional, é bastante comum pessoas reclamarem de chefes que passam por cima de tudo e todos. É aquele cara dentro de uma empresa que menospreza o trabalho em equipe e jamais consulta outras pessoas antes de tomar decisões.
São pessoas consideradas inflexíveis e que por conta disso, tornam-se abusivos. Quem pensa que ser autoritário é apenas para chefes mandões está enganado, existe um perfil que sabe ser sedutor e que conseguem convencer as pessoas a confiar naquilo que eles querem que seja feito. Lembre-se que um gestor pode parecer amigável e até engraçado, por vezes, mas na realidade usam sua simpatia para reinar.
Seja democrático, quando possível
Ser líder é ser solitário na maior parte do tempo. Por isso, algumas decisões têm alçadas diferentes. É possível ser democrático em determinadas situações. Por exemplo, você não vê um chefe de governo perguntar sempre ao público o que eles pensam antes de tomar uma decisão, mas nenhum deles tomam posicionamentos ignorando como aquela ação poderá impactar a realidade de quem está sob sua gerencia.
Líderes altamente democráticos correm o risco de descentralizar sempre sua autoridade. Lembre-se que é possível ter autoridade sem ser autoritário. Ser democrático não quer dizer sempre pulverizar decisões, mas sim colocar em primeiro plano o bem-estar geral. Nesse sentido, é possível envolver mais pessoas na gestão, mas não perder de vista o exercício do papel assumindo as responsabilidades pelo que quer que aconteça.
Este tipo de gestor normalmente é reconhecido pela sua capacidade de comunicar-se e expor ideias, valoriza pessoas criativas e preza pela transparência. O líder que se sabe reconhecer, aproveitar e utilizar as capacidades da sua equipe em seu favor garantirá que com que pessoas sejam cuidadas e que mudanças concretas sejam feitas.
Seja estratégico
Embora muitos líderes adorem a idade de dizer que suas empresas possuem estratégias, a maioria delas, atuam no mercado por uma espécie de intuição. Poucas empresas investem literalmente em estudar, conhecer e atuar com técnicas, métodos e planos validados.
A grande vantagem de apostar numa estratégia é estar realmente focado em ter um sucesso. Muito melhor que ir batendo de porta em porta para testar sua operação comercial, por exemplo, um gestor focado em estratégia é capaz de progredir simplesmente porque estão focados em investir em como aprender a melhorar seu desempenho de maneira detalhada. Sabe reconhecer suas debilidades e não tem medo de realizar parcerias com quem pode lhe auxiliar.
Para este tipo de gestor, manter o status quo não serve. Há sempre uma necessidade de transformar, são normalmente aquelas pessoas que estão sempre pensando de maneira independente qual é o próximo passo.
Esteja atento para as mudanças
É muito clichê falar em uma gestão focada em transformação nos dias de hoje. No entanto, é preciso entender que transformar realmente requer causar impacto real dentro da realidade que atua.
Você facilmente reconhecerá um líder que tem a capacidade de provocar mudanças radicais e positivas. Normalmente, seu sucesso está justamente em iniciar processos e amadurecê-lo até que se torna um grande passo.
Ser um líder capaz de transformar é estar sempre na esteira da produtividade pensando em progresso. Obviamente, ninguém realiza mudanças sozinho, por isso este tipo de pessoa toma a frente e prepara pessoas de confiança para sonharem junto com ele. é capaz de engajar e transformar as ideias em ações com uma facilidade assustadora. Promove os avanços e mudanças atingindo melhor desempenho e resultados.
Seja um formador de equipe
Formar times confiáveis, produtivos e maduros é o maior desafio de qualquer um que esteja na coordenação de projetos. Como gerar uma dinâmica pessoal e grupos capazes de andar com suas próprias pernas?
Bem, bons formadores de equipe são aqueles que concentram nos pontos fortes e fracos de cada membro da sua equipe e gera uma sincronia entre eles. Harmonizar qualidades e defeitos é o que o líder focado em equipes é capaz de fazer.
Para isso, é necessário ter um olhar treinado para reconhecer cada especificidade e saber ser sensível para lidar muito bem com detalhes de cada pessoa. É um profissional competente para elevar os resultados a uma causa comum, consegue dialogar com equipes inteiras a envolverem-se nas diretrizes da gestão, e sabe recompensar quando obtém resultados significativos.
Uma pessoa a frente de projetos tem a habilidade de saber como classificar problemas e garantir que todos estejam alinhados, é uma característica que exige uma naturalidade do gestor de equipes. Eles são sempre vistos como companheiros, mas devem estar com o status de mentor também. Forme times responsáveis e reduzirá danos.
Seja um facilitador e não um complicador
Todo mundo está atrás de resultados. Para alcançá-los é preciso realmente contar com um trabalho colaborativo. Os líderes são facilitadores quando concentram-se em sincronizar a dinâmica entre os diversos grupos de pessoas, objetivos e responsabilidades. Estão sempre de olho em como a engrenagem está rodando e quais são seus pontos críticos.
Ele é a peça-chave que se responsabiliza por olhar os resultados para identificar o que é consistente para identificar áreas que podem funcionar de maneira mais dinâmica.
Embora você tenha um bom produto no mercado, um excelente time de vendas, o marketing que traz resultados, se não estiver atento em como otimizar este processo inteiro, a gestão pode a qualquer momento transforma-se em um pesadelo. Se alguma peça estiver fora do lugar, colocará em risco toda a operação.
Por isso, seja sempre aquele que as pessoas buscam para encontrar facilidade e não seja o chefe que complica a vida dos seus colegas. Sempre que possível, simplifique. Seja direto. E promova uma cultura de objetividade.
Não despreze a tecnologia
Não seja ignorante. Se você é daqueles gestores que acreditam que não precisa de tecnologia para gerir suas equipes e resultados, você está totalmente fora da mentalidade do gestor atual. Não sabe realmente a que passo seu negócio está e como pode fazê-lo amadurecer e crescer. Seja inteligente na hora de cuidar de conhecer os detalhes que realmente impactam sua gestão.
Ao invés de perder tempo com métodos ultrapassados, aprenda a aferir informações pra economizar tempo, a melhorar sua comunicação com equipes, a facilitar seu olhar comercial dentro de um diagnóstico baseados em dados reais. Não tente simplesmente realizar um desempenho alto sem saber direito ver a sua realidade atual.Use a tecnologia a seu favor.
O gestor do futuro é o cara humano
Para ser um gestor melhor que maioria não é necessário ser perfeito. Esqueça essa ideia de que vai chegar um dia em que não precisará mais preocupar-se com seu time, com suas metas, com suas vendas.
Gerir é um trabalho constante e diário. No entanto, é possível alcançar resultados utilizando a gestão de equipes como arsenal de capacidades.
Basta ter em mente que seu propósito como líder é ajudar pessoas a melhorar seus conjuntos de habilidades, transformando realidade em estrutura muito melhor como eles costumam ser. Não precisa puxar saco de funcionário, promover ações de recursos humanos para simular satisfação.
Basta aprender a auxiliar pessoas a alinharem seus objetivos como o foco da empresa. Fomentar dentro de cada liderado a ideia de liderança em conjunto.
Quando conseguimos conquistar pessoas com uma gestão humana, mandar será apenas um detalhe.