Nos feriados sempre tento ir visitar a família no interior. É meu jeito de não ficar longe deles. No sul, a gente tem o hábito de fazer churrasco para juntar a galera. Foi então, que lançaram, no grupo dos amigos do WhatsApp,  a ideia de assarmos uma carne.

Combinamos de nos encontrar no mesmo mercado de sempre, pedimos pro Jaime, atendente que sempre é muito humorado o tipo da carne ideal. Ele escolhe o pedaço como quem escolhe uma eterna namorada. Enquanto um ia verificar se a cerveja estava num preço bom, o outro já colocava no carrinho o amendoim como aperitivo.

Em dias como esse, as filas em mercados geralmente ficam abarrotadas de gente e carrinhos a espera de uma vaga.  Por sorte, este mercado disponibiliza uma espécie de caixa inteligente. Nele você realiza a operação por meio de um leitor automatizado e um sistema de inteligência que identifica o produto. A ideia é agilizar o atendimento.

Achei a novidade bem tecnológica. No entanto, um dos produtos não queria passar corretamente. Acreditei que era a minha limitação de entender como funcionava. Tentei novamente e o leitor realmente não identificava o produto.

Olhei pro lado e vi um funcionário auxiliar. Ele se aproximou, foi super generoso e apertou uma meia dúzia de botões até que finalizamos a compra. Ele me explicou como deveria proceder numa outra oportunidade e graças a seu suporte, o churrasco foi garantido.

O que isso tem a ver com humanização?

Há neste momento de ebulição de discussões sobre temas como inteligência artificial e a interação nos processos para vender de maneira moderna. Por toda parte, uma longa discussão sobre o quanto isso é realmente um das ferramentas mais poderosas para potencializar vendas acontece.

Existem hoje diversas ferramentas que trouxeram facilidades de atendimento e de automação na hora de vender. Até um churrasco pode depender disso. Imagine só se em todas as lojas os atendentes fossem robôs? Podemos perder de vista a natureza humana no atendimento.

Apesar dos avanços, o processo de humanizar as vendas ainda é e sempre será imprescindível. Vamos a ideia.

Ainda precisamos das pessoas

Realmente as facilidades que encontramos com a tecnologia modificaram muito a nossa realidade como consumidor e também como gestores de negócios. Novas inovações tecnológicas são criadas numa velocidade assustadora e fazem uma tremenda diferença na nossa vida.

Por outro lado, ainda temos uma necessidade quase que essencial de comunicar-se com pessoas reais. Com vozes, rostos, expressões e sentimentos mais humanizados.

Neste sentido, o resultado é que somos pessoas muito conectadas, e ao mesmo tempo em que os nossos negócios precisarão estar cada vez mais adaptador para atender essa nova demanda de consumidores, precisaremos não perder de vista a personalização de atendimentos.

Estabelecer uma conexão com cada cliente é uma das necessidades deste momento de tanta informações. Para ser capaz de fazer com que elas se sintam mais próximas de empresas, não poderemos automatizar muitas realidades dentro do processo comercial.

Escalar é necessário para qualquer negócio, mas atender bem essa quantidade de clientes é o que dá o diferencial real. O contraponto é que mesmo com mais ferramentas que facilitam o contato com o cliente, precisamos nos lembrar de conversar com eles como quem realmente está em na relação humana. Estamos na era em que as experiências e as interações humanas são divisores de águas para clientes.

A venda mais assertiva passa pela conexão emocional

É preciso lembrar o tempo todo que vender é um ato que envolve pessoas. Quanto mais formos capazes de transmitir uma mensagem comercial de que estamos disponíveis para ouvi-los, para entender melhor como ajudá-los e que estamos por dentro do que ele realmente precisa naquele momento, mais seremos capazes de conectar-se com a realidade do outro.

O resultado ideal para vender mais é o quanto somos capazes de entender o cliente e falar a linguagem dele.

Ganhar a empatia do consumidor não é mais um agrado extra é quase uma necessidade fundamental em um momento de fetiche pela soluções de automação e pelos recursos como chatbots, por exemplo.

Sua conversa precisa ser bem-humoradas e interativas. Falar com clientes tem que ir além de apenas abrir um canal direto de vendas, mas sim, aprender a responder suas demandas e demonstrar que está atento e preocupado com a necessidade dele.

Se formos capazes de lembrar em cada atendimento que, por trás de cada usuário, existe uma pessoa com desejos, ideias, planos e preferências, podemos adaptar cada vez mais nosso atendimento apenas humanizando mais e vendendo de maneira mais concreta e lucrativa.

Humanizar processos comerciais não tem a ver com abrir mais canais de contato, mas sim em atender pessoas como elas gostariam de ser atendidas. Melhor, como você gostaria de ser atendido.