Todo dia recebo convites de conexões em meu perfil no Linkedin. São diversas pessoas, de todos os lugares do mundo, de todos os perfis possíveis, com todo tipo de cargo e responsabilidade, com intenções mais diversas que possam existir e com abordagens de apresentação cada vez mais comuns.

Não recomendo que você saia por aí aceitando ou clicando em perfis para adicionar todos tipos de pessoas que aparecerem em seu perfil. E a razão é bem simples: Linkedin é lugar de conexões otimizadas. Portanto, faça o máximo esforço para criar uma rede que tenha determinado objetivo profissional. Nem sempre é fundamental ter muitas pessoas, mas sim, ter as pessoas certas.

Toda vez que recebo uma notificação, tenho que encarar um padrão de mensagem que raramente desperta meu interesse se repetindo: São pessoas falando sobre si, seu produto ou sua empresa. No entanto, entendo que para cativar pessoas, é preciso ser menos formal e engessado possível na sua apresentação.

Você deve se apresentar para uma pessoa com a intenção de gerar interesse nela e naquilo que faça sentido para ambos. Quero lhe trazer alguns modelos, baseado na empatia e nas técnicas de storytelling, que podem ser importantes na hora de apresentar-se e solicitar conexão com as pessoas.

Nova call to action

Pule aberturas informais ou técnicas

Eu nunca uso “Olá, tudo bem?” nas apresentações de Linkedin. Pode parecer estranho, mas como a interação por texto não tem a mesma velocidade que no caso oral, eu pulo a etapa e já vou logo para o que é importante: A pessoa saber porque cheguei até ela.

O problema do Linkedin ser uma rede profissional é que todo mundo apenas se preocupa em ficar “se vendendo” o tempo inteiro, sem lembrar-se que antes, é preciso desenvolver relacionamento, trabalhar afinidades e criar simpatias que tornem as relações mais afinadas.

Todas as vezes que fui capaz de quebrar os padrões acabei ganhando a atenção das pessoas. Não trate a outra pessoa como se você fosse apenas um estranho chegando nela para vender bala no trânsito.

Conto sempre uma história de uma solicitação que recebi recentemente em que um garoto começou a mensagem com o seguinte: “Murillo do céu, preciso aprender a escrever como você. Me deixa aprender contigo aqui, cara?”

Ele não só quebrou a minha expectativa como também gerou um valor em mim e nele para esta conexão. Como eu poderia recusar um cara que diz querer aprender comigo? Quebre o padrão chato. Seja ousado e criativo.

Você pode até demonstrar que tem uma intenção de aproximar-se dela, mas primeiro para oferecer uma ajuda concreta, e não apenas para vender algo a ela ou para retirar uma vantagem.

Tente iniciar com frases que possa chamar a atenção das pessoas e que saia do padrão despercebido como:

  • “Uau, Pedro! Li um artigo seu sobre mercado financeiro me ajudou muito a entender isso, por isso…”
  • “Estou conectando-me com pessoas que entendem de tecnologia sobre vendas, será que podemos conversar sobre este assunto?”
  • “Paulo, você parece ser uma pessoa com grande experiência em indústrias, podemos ser companheiros de aprendizagem?”
  • “Quero conhecer mais a Nestlé, por isso, pensei em adicionar você.”
  • “Gostaria de ter entender melhor como é ser um consultor, por isso resolvi te adicionar.”

Buscando algo em comum

Pessoas se conectam a partir de identificação. Portanto, lembre-se de conectar-se com elas a partir de algo que realmente tenham juntos. Pode ser uma ideia, um mercado, um assunto, um gosto pessoal, um objetivo comum.

Quando as pessoas sentem-se mais ligadas às outras, mais elas tendem a sentir sinergia e tendem a colaborar.
Na próxima vez que for adicionar pessoas pense em utilizar as seguintes frases:

  • “Reparei que você também estudou na USP, será que...”
  • “Percebi que gosta muito de estudar sobre Retina Comercial, tenho me interessado...”
  • “Você também trabalhou com o Ricardo Silva? Tivemos juntos na ocasião de..”
  • “Trabalhamos no mesmo andar no prédio tal, lembra? Pensei que poderíamos...”
  • “Vi que seu mercado é tecnologia e o meu é inovação, seria legal acompanhar estas novidades juntos...”

Foque no problema que resolve

Quando identificamos que alguém quer apenas nos vender algo ou tirar alguma casquinha das nossas habilidades, automaticamente, temos um pé atrás com as pessoas. Isso é um mecanismo de defesa habitual.

Por isso, ao invés de ir procurar pessoas com a mentalidade de “aproveitar a influência delas”, tente focar em como você pode ajudar e contribuir com esta pessoas.

Foque apenas na solução que você passa a resolver e fale sobre como você pode ajudar realmente pessoas na prática. Não venha com papo de vendedor, muito menos contar vantagens para surpreender pessoas, apenas seja a primeira pessoa que ele vai lembrar quando enfrentar alguma dificuldade.

Você pode escrever algumas frases como:

  • "Tenho atuado em treinamentos para vendas, como você é um consultor de vendas, pensei que poderíamos trocar experiências sobre este desafio das vendas."
  • "Queria entender melhor quais são suas dificuldades referentes ao mercado financeiro. Você poderia me contar?"
  • "Como consultor de vendas, eu trabalhei nos projetos da Rede Globo, Nestlé, Ambev, será que poderia te ajudar de alguma forma?"

É claro que este é um modelo que é variável de acordo com a pessoa, o seu cargo, o interesse e a necessidade que você tem, mas o mais importante é entender a lidar com pessoas.

Quando você consegue criar empatia, desenvolver sinergia e deixar claro os benefícios que podem conquistar juntos, você está sim fazendo um networking de valor.