Basta se colocar na posição de um consumidor recebendo uma ligação ou abordagem de vendas para entender que, na maioria das vezes, "eu não tenho tempo agora" não significa exatamente o que parece.

Dizer não é difícil e muitos de nós temos medo de soar ríspido ou indelicado.

A solução que encontramos para isso é uma desculpa difícil de contornar. Afinal, quem é a pessoa do outro lado do telefone para dizer se você tem ou não tempo para investir numa conversa?

Entenda se é apenas uma desculpa

Apesar de ser uma desculpa fácil para sair de uma abordagem indesejada, muitas vezes o cliente pode estar falando a verdade.

Mesmo com todo interesse que ele possa ter na solução, sua agenda está cheia demais e não consegue dedicar tempo necessário para te ouvir neste momento.

A forma mais fácil de entender isso é abrindo o jogo, perguntando diretamente mas sem soar agressivo ou invasivo.

"Entendo que sua agenda é ocupada, e não tenho intenção de te atrapalhar. Mas preciso saber se você tem real interesse na oportunidade que tenho para te apresentar, ou se estou apenas tomando seu tempo.

O <problema que você resolve> é um problema real para você?"

Tenha uma apresentação para apressados

Seu cliente realmente tem vontade de conhecer o produto, mas sua agenda está cheia demais para conseguir um tempo de qualidade para te ouvir.

A maior parte das apresentações de vendas são generalistas. Apresentam diversas funcionalidades, serviços e frentes onde a empresa pode atuar.

As apresentações também trazem pontos como relatos para validação social, indicadores sucesso e demonstrativos de autoridade, construindo a narrativa de que sua empresa é capaz de resolver o problema e sua operação é confiável.

Tudo isso é importante e funciona muito bem para a maioria dos casos, mas para o cliente apressado estes pontos já começam a soar como perda de tempo.

Tente reduzir sua apresentação apenas ao problema do cliente, seja o mais direto possível. Comece sondando o que ele quer ouvir e pule direto para essa parte.

Deixe para soltar os pontos de validação social e autoridade durante a conversa, utilizando os exemplos para isso.

entendo que seu tempo é corrido, posso te apresentar em 15 minutos minha proposta?

Ao invés de solicitar 1 hora da agenda do cliente, ter um modelo enxuto de apresentação permite tirar a carta da manga. Pedir 15 minutos para uma conversa é bem mais razoável e mais difícil de ouvir um não.

Gente ocupada costuma fazer exceções

Quando alguém é muito ocupado, mas precisa resolver um problema, fazer uma exceção e conversar fora do horário de expediente costuma ser uma opção.

Essa é uma abordagem que exige cuidado para não soar ofensiva, mas que pode funcionar muito bem.

Quando o cliente apontar que tem interesse, mas não tem um horário livre na agenda, uma saída interessante é se oferecer para conversar fora do horário comercial.

"Entendo qua agenda está corrida, mas se quiser, posso me organizar internamente e fazer uma exceção.

Se puder conversar depois das 18h, eu posso esticar um pouco meu horário e te apresento minha solução.

Podemos marcar um horário?"

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A objeção da falta de tempo costuma ser uma das mais difíceis de contornar, por não ser um fator que o vendedor consegue controlar.

O melhor que pode ser feito nesses casos, é demonstrar que o cliente não precisa de tanto tempo assim quanto pensa para te ouvir, que você está preparado para apresentar de forma rápida ou se organizar para que consiga ter essa conversa no tempo que ele dispõe.

Mas o importante é saber mesmo se existe a vontade de ouvir ou se está perdendo seu tempo com um cliente ruim. E como a gente já sabe, perder tempo com a pessoa errada é coisa de vendedor vacilão.