Eu escrevo para internet faz pelo menos 10 anos. Como escritor profissional já faz algo próximo de 7 anos.

Escrevi ao longo dos últimos anos textos que alcançaram impressionantes marcas de sucesso. Meu texto sobre reclamação no site PapodeHomem teve mais de 100 mil compartilhamentos, algo próximo de 200 mil curtidas.

Meu simples texto sobre as sutis dificuldades da vida viralizou, recebendo um enorme engajamento de comentários de outras pessoas que se identificaram e transmitiram a mesma visão.

Eu tenho pouco mais de 200 textos no Papo de Homem, que juntos já passaram da marca das 30 milhões de acessos. Não por acaso é um dos maiores portais independentes do país, carregando uma média de 4 milhões de acessos mensais.

Se quiser saber como alcançamos estes números, minha resposta vai ser: nunca ligamos para SEO.

Essa é a hora que eu crio alguns inimigos. Entendo quem faz um delicado trabalho de SEO, mas a realidade para a grande maioria não é tão simples assim.

Escreva textos para humanos

Quando escrevemos com foco em SEO e estruturando a leitura como mandam as regras e ferramentas de análise, acabamos criando alguns problemas para o texto.

Ao receber a sugestão de usar a palavra chave no primeiro sub-tópico do meu texto, por exemplo, eu perco a chance de criar uma excelente chamada muito mais envolvente.

O algoritmo fica feliz, eu perco um leitor. 

Muitas vezes um excelente texto tem pouca necessidade de usar a palavra chave, construindo uma narrativa tão envolvente que transmite a ideia sem ficar repetitivo.

Um traço importante de uma escrita fluida é traduzir termos técnicos e desenvolver ideias que normalmente são condensadas em palavras. O bom escritor escreve com detalhes, focando no específico. Palavras-chave são, em grande maioria, generalistas e ocultam detalhes.

Pouco adianta escrever um texto com um minucioso trabalho de SEO quando o conteúdo é raso, e a leitura é tão engessada que não proporciona uma vontade de continuar.

Bons textos são aqueles que ganham relevância não apenas pelo seu posicionamento no Google, mas porque são tão cativantes que os leitores sentem um impulso incontrolável de compartilhar.

Existem algumas características que podemos apontar em textos que viralizam:

  • Identificação: descreve a realidade do leitor
  • Emoção: despertas emoções fundamentais em quem lê (paixão, raiva. inspiração, revolta)
  • Adicionam algo: o leitor sente que sabe mais sobre seu universo quando termina a leitura
  • Conhecimento prático: relaciona o conteúdo com suas experiências pessoais, tornando o texto único
  • Possuem uma linguagem forte: conversa diretamente com a pessoa, sem generalidades

Textos que trazem uma abordagem genérica sobre assuntos que já são frequentemente abordados por outros tantos blogs e portais, principalmente tratando de palavras-chave clássicas de qualquer negócio, costumam ser chatos. O leitor termina uma sequência quase cronometrada de 700 palavras e, minutos depois, não lembra mais do que leu. 

A última coisa que um conteúdo pode ser é indiferente.

Você não pode brigar com os grandes

É compreensível que a ideia de rankear no topo do Google seja tentadora. Esse é o sonho de todo blog, empresa, portal ou site de notícia. Mas precisamos ser realistas, as grandes empresas que já dominam as palavras chaves importantes gastam uma fortuna para manter esse status. 

É muito difícil para pequenas e médias empresas brigar com os grandes concorrentes por um espaço na primeira página do buscador. Eu diria que muitas vezes a tentativa de entrar nessa briga é até inocente.

No passado, com os algorítimos antigos era mais fácil rankear, mas hoje pela forma que funciona é quase impossível aparecer na primeira página sem um conteúdo de fato relevante. Focar na qualidade do conteúdo, produzindo materiais que criem uma forte identificação e engajamento com o usuário ainda é o jeito mais inteligente aumentar o alcance do seu conteúdo.

SEO ainda serve para alguma coisa

Tudo isso não significa que você precisa abandonar completamente sua estratégia de SEO.

Ainda é possível atacar termos que estão começando a surgir ou criar seus próprios termos de mercado, garantindo que no momento em que se tornarem populares, você já está com um bom posicionamento.

A febre do bom posicionamento nos mecanismos de busca transformou grande parte dos conteúdos que recebemos na internet em amostras genéricas e dispensáveis de material. Muita coisa bem rankeada não possui real importância ou adiciona valor ao leitor.

Na contra partida, o conteúdo que vemos compartilhados no Linkedin e viralizando nas timelines do Facebook muitas vezes não passariam no menor teste de SEO ou legibilidade, mas conquistaram os corações de quem leu. 

Quem cuida de conteúdo e busca uma tração maior através do material que é produzido precisa lembrar que, no fim, quem vai ler são seres humanos.

Depois de criar um conteúdo cativante e que converse diretamente com o leitor, aí sim podemos pensar em SEO como estratégia de apoio, não o contrário.