A essa altura você já sabe o que é Bitcoin. Jornalistas, economistas e apaixonados estão explorando tudo o que existe sobre o assunto e as inovações que a tecnologia Blockchain vem prometendo.

Com o estrondoso sucesso das cryptomoedas e sua enorme valorização, é cada vez mais comum encontrar empresários estudando sobre o assunto, buscando entender onde é possível aplicar essa nova forma monetária ao seu negócio.

Pela forma que a tecnologia funciona, o grande atrativo do Bitcoin para os negócios é a facilidade de uso e a alta confiabilidade garantida pelo Blockchain, também não podendo excluir o potencial envolvido em se posicionar como uma empresa moderna e por dentro das recentes inovações.

Como uma moeda, é normal que as transações tornem-se cada vez mais comuns e os estabelecimentos comerciais passem a aceitar. Mas pensando friamente, faz sentido adotar Bitcoin como forma de pagamento em seu negócio? Lojas e estabelecimentos comerciais devem começar a trabalhar com a nova moeda?

O Bitcoin ainda é muito volátil

Por mais que funcione como uma moeda normal, na prática o Bitcoin tem sido mais trabalhado como um ativo de investimento.

Com o grande interesse na moeda para fins de investimento, as oscilações bruscas no valor acontecem o tempo todo e, pior ainda, de forma bastante imprevisível.

É comum observar o valor do Bitcoin variar milhares de dólares em um poucas horas. E mesmo no longo prazo ainda apresentando uma boa tendência de valorização, não dá para assumir tamanha garantia de valor em transações de curto prazo.

Adotando Bitcoin como método de pagamento, existe a chance de receber o equivalente à R$ 200 por um produto e, ao final do dia, a mesma quantidade não esteja valendo mais do que R$ 50.

Os usuários não querem gastar seus Bitcoins

Por sustentarem a visão do Bitcoin como ativo de investimento e terem a expectativa de valorização no longo prazo, os usuários que compram a criptomoeda não demonstram intenção de utilizá-la como meio de troca, assim como fariam com o dinheiro tradicional.

Apesar do volume de transações ser cada vez maior, a maior parte dos usuários está comprando e vendendo para aproveitar flutuações e lucrar com o investimento.

É muito improvável, hoje, que um cliente decida pagar por uma compra em estabelecimento comercial com alguma criptomoeda.

Existem inclusive casos famosos de pessoas que pagaram com criptomoedas antes da popularização e hoje teriam fortunas com o mesmo dinheiro. Em 2010, o programador Laszlo Hanyecz utilizou 10 mil BTC para pagar duas pizzas. Na data de hoje , a mesma quantia vale algo próximo de 113 milhões de dólares.

Apesar de existir a possibilidade, é correto assumir que quem trabalha com bitcoin atualmente está com o foco no investimento e não no uso para transações de pagamento.

O custo das transações ainda é muito alto

Para quem faz transações diretas, sem utilizar uma corretora, enviar bitcoins não traz custos de transferência. O problema é que a maioria das pessoas trabalha com carteiras em grandes corretoras, onde as taxas para transferência costumam ser impeditivas.

Existem relatos de transferências que alcançaram 40% do seu valor só em taxas, ou em termos de valor, chegando próximo aos 100 dólares por transferência. Esse custo pode variar bastante mas ainda é um dos grandes motivos das empresas ainda não utilizarem bitcoin para o dia a dia.

Mesmo tendo inúmeras vantagens o Bitcoin ainda não parece uma escolha saudável para relações comerciais simples. Os mesmos problemas, em níveis diferentes, também são verdadeiros para as criptomoedas alternativas

Ainda deve demorar até que o custo das taxas seja reduzido e a moeda estabilize a ponto de apresentar segurança para quem recebe e envia. Até lá, ficamos na expectativa dos avanços tecnológicos propostos pelo Blockchain e dos impactos que esse novo modelo de relações digitais ultra-seguras pode trazer.